
Nossa Opinião Pessoal e a Pregação
Um dos momentos mais assustadores na vida de um pregador é quando ele se levanta, caminha até o púlpito e abre a Bíblia. É assustador, não porque falar em público seja difícil. Esse é o menor dos problemas para o ministro. É assustador porque esse pregador foi encarregado, na presença de Deus e de Cristo Jesus, de uma única tarefa: pregar a Palavra (2 Timóteo 4:1-2). Muito depende da fidelidade do pregador a essa tarefa.
Quando subo ao púlpito, tento imaginar que estou amarrado ao texto. Meu trabalho naquele momento não é dar minhas opiniões sobre nenhum assunto. É expor a mensagem do texto e conectá-la com a vida do ouvinte enquanto aponto para Jesus. Há muito em jogo. Um dia prestarei contas a Deus por quão fielmente cumpro esta tarefa.
Os Oráculos de Deus
“Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus…” (1 Pedro 4:10-11).
Quando falamos, diz Pedro, temos apenas uma coisa a ser dita: os oráculos de Deus. Eu sempre fiquei intrigado com essa frase. Isso significa que “aqueles que ensinam sobre Cristo e oferecem conselhos em seu nome devem compreender que estão representando as palavras de Deus à comunidade”, escreve Karen Jobes. “Portanto, aqueles que falam devem entender que estão envolvidos em um assunto sério, que os impede de apresentar meramente suas próprias especulações humanas. Em vez disso, devem falar de acordo com a revelação que Deus deu no AT e por meio dos apóstolos de Cristo“.
Gosto de imaginar meu dedo [caminhando] no texto o tempo todo enquanto prego. Tudo o que eu digo deve estar conectado ao texto. Posso explicá-lo, demonstrá-lo e aplicá-lo, mas nada além disso. “Como é fácil pensar que podemos ajudar os outros com nossa própria sabedoria”, observa Thomas Schreiner, “mas aqueles a quem é confiado o ministério de falar devem ter o cuidado de falar as palavras de Deus, de ser fiéis ao evangelho”.
Quando pregamos, é melhor termos certeza de que estamos representando o que Deus disse à igreja. Nada mais. Esse é o nosso único trabalho.
Sem espaço para opiniões
Eu tenho opiniões. Pode apostar que sim. E estou bastante ansioso para compartilhá-las. Mas elas não têm lugar no púlpito, ou no meu papel como pastor. Toda autoridade que tenho é uma autoridade derivada. Em outras palavras, a autoridade vem das Escrituras, não de mim. Meu papel é pregar a Palavra de Deus, apontar para Cristo e sair do caminho.
Sim, precisamos refletir biblicamente sobre todos os tipos de decisões éticas e aplicar as Palavras de Deus ao que está acontecendo no mundo hoje. Mas todo pregador deveria sentir um pouco de medo ao subir ao púlpito. Temos uma responsabilidade: Proclamar a Palavra de Deus, não a nossa. Nada mais importa.
Que seja dito a nosso respeito que manuseamos bem a Palavra de Deus, que permanecemos fiéis (lit. amarrados) ao texto e deixamos todas as nossas opiniões pessoais de lado, para a glória de Deus e para o bem do Seu povo.
Créditos
Autor: Darryl Dash
Tradução: Tayllon Carvalho
Publicado em Inglês no site The Gospel Coalition. Traduzido e publicado com autorização.
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