Esses são os 3 níveis de emoções que Glorificam a Deus

Esses são os 3 níveis de emoções que Glorificam a Deus

Glorificamos a Deus quando desejamos nos Deleitar n’Ele?

Pastor John, à luz de nossos podcasts anteriores, especialmente os episódios 19 e 21, surge algumas perguntas: Glorificamos a Deus quando desejamos nos deleitar n’Ele, mesmo quando não sentimos essa alegria? Ou só glorificamos a Deus quando, de fato, a experimentamos?

Em outras palavras, talvez esta seja a melhor forma de fazer a pergunta: quando você diz que Deus é mais glorificado em mim quando sou mais satisfeito n’Ele, seria mais preciso dizer que Deus é mais glorificado em mim quando procuro estar mais satisfeito n’Ele?

Não, não devemos mudar a frase. Mas a questão é bem mais complicada do que parece. Então, deixe-me voltar ao início e dizer que concordo com a primeira pergunta. Isso pode parecer contraditório ao hedonismo cristão, mas não é, porque existem níveis de adoração. Existem níveis de como honramos a Deus com nossas emoções.

Primeiro nível: Alegria plena e coração entregue

O nível mais alto é quando estamos “completamente entregues”, quando estamos fervorosos para com Deus. Estamos desimpedidos, enraizados na verdade, e nossas emoções são livres. Somos capazes de cantar, obedecer e abençoar — amando-o e servindo-o de todo o coração. Claramente Deus é honrado quando isso acontece. Nossas emoções estão totalmente entregues e nos deleitamos n’Ele.

“A tristeza pela falta do deleite em Deus honra a Ele, pois é um eco da alegria que ainda é sentida em algum lugar em nós.”

Segundo nível: tristeza por não desfrutar de Deus

Um nível abaixo desse é onde vivemos a maior parte de nossas vidas, quando nos falta essa intensidade — o que acontece na maior parte do tempo. Sentimos tristeza pelo fato de não nos sentirmos de uma maneira que honre a Deus.

Porém, a tristeza e o arrependimento por não estar onde deveríamos é uma maneira de honrar a Deus, porque essa tristeza é um eco da alegria cuja semente ainda está em nós. Em outras palavras, provamos e vimos que o Senhor é bom. Esse sabor se tornou temporariamente fraco. Não sentimos o efeito que deveríamos na “língua” de nossa alma, e sabemos disso.

A única razão pela qual sentimos qualquer arrependimento, pela qual desejamos mais de Deus, é que já o provamos, e esse sabor permanece em nós. Assim, quando digo que precisa haver alegria, quero dizer que esse tipo de “resquício” do que estava lá é suficiente para nos fazer lamentar que não esteja lá agora, ansiar por isso e orar para que volte a estar. Isso também é alegria, e isso honra a Deus.

Terceiro nível: entorpecimento e espera na escuridão

Há estações — este seria o terceiro nível, bem mais abaixo — em que estamos tão entorpecidos que mal temos qualquer lembrança viva dessa alegria. Mal conseguimos funcionar. Este é o ápice da depressão.

Ainda assim, penso que Deus é honrado mesmo nessas circunstâncias, se esperamos por Ele, não o amaldiçoamos e não nos voltamos para ídolos. Se simplesmente esperamos, mesmo sem sentir nada além de um entorpecimento em nossa alma, essa espera está enraizada em algo real e autêntico que Deus já fez em nós. É por isso que respondo “sim” à primeira pergunta.

Devemos mudar o mantra do hedonismo cristão?

A segunda pergunta foi: não deveríamos revisar o mantra — Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos n’Ele — para algo como: “Deus é mais glorificado em nós quando desejamos estar mais satisfeitos n’Ele”?

Não. É verdade que Deus é glorificado quando buscamos ser mais satisfeitos n’Ele. Porém, não estamos mais satisfeitos.¹

Em outras palavras, concordo que procurar ser satisfeito n’Ele o honra, porque já provamos dessa satisfação e essa semente permanece em nós. Não nego isso. Mas digo: nunca, jamais pare aí.

Deus quer que sejamos fervorosos, não mornos. Deus é mais glorificado em uma pessoa que vê tanta beleza em Cristo que toda a sua alma é envolvida.

“Jesus respondeu: ‘Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'” (Mateus 22:37).

Dizer que Deus é mais glorificado quando apenas procuramos, em vez de experimentar n’Ele esse tipo de amor, acabaria por minar o próprio mandamento.

Glorificar a Deus na dor e na alegria

Portanto, glorificamos a Deus na dor e enquanto esperamos nas estações de escuridão. Porém, Deus é mais glorificado em nós quando experimentamos alegria plena — mente, corpo e alma.

Presumo que esse seja o caso porque Deus acabará com a depressão no céu. Se Ele fosse mais glorificado em nós quando estamos à beira do precipício em períodos sombrios, eu pensaria que o céu seria uma estação de escuridão, e todos nós estaríamos por um fio no céu, porque seria assim que Deus receberia mais glória para a eternidade. Mas esse não é o caso.

“Estamos caminhando para uma experiência de perfeição, onde Deus será mais glorificado em meu ser totalmente satisfeito n’Ele.”

O destino final: plena satisfação em Deus

Se alguém quiser insistir que todo o universo e toda a história são o modo como Deus recebe a máxima glória — isto é, quando a totalidade da experiência de todos é levada em conta e a tapeçaria é vista em completude — eu concordo. Se é isso que você quer dizer, sim.

Mas não é disso que estamos tratando aqui. Estamos perguntando: para onde estamos indo, para que Deus receba mais glória em nós?

Não estamos falando da totalidade da tapeçaria. O destino para o qual estamos indo é uma experiência de perfeição, em que Deus será mais glorificado em nós e esse será um momento de plena satisfação n’Ele.

Créditos

Tradução: Tayllon Carvalho

Publicado em Inglês no site Desiring God.  Traduzido e publicado com autorização.

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¹ Ainda não estamos mais satisfeitos, estamos buscando.