
Pastor John Piper, uma ouvinte chamada Alicia perguntou: “Qual papel o vasto campo da arte desempenha na igreja? Em poucas palavras, o senhor poderia nos dar uma teologia da arte?”
Há ótimos livros sobre arte. Eu não li a maioria deles nem escrevi algo sobre isso, mas vou te dizer o que penso. Isso é tudo que posso fazer. Se ajudar de alguma forma, ficarei feliz. A palavra “arte” vem do latim ars, que significa, habilidade, ofício ou artesanato. Então, aqui está como eu traria uma definição.
A arte é qualquer esforço para fazer algo. Isso pode ser uma ação como dança e uma peça, ou pode ser um objeto como uma escultura, pintura, entalhe ou um poema. Trata-se de qualquer ação para produzir algo que exija uma habilidade especial, e que nos mova profundamente com beleza, encanto ou algo que toque a alma com um senso que a vida é mais que comida e bebida, não algo meramente utilitário ou pragmático. Essa foi uma definição longa e complicada. Porém, é basicamente um ofício, uma habilidade que visa um efeito para além de colocar comida na mesa.
Deus é um artista
O que torna cristão, eu penso — Aqui está a parte da teologia — é que Deus é um artista. Ele fez os céus que proclamam algo sobre sua glória. Em outras palavras, Ele não criou os céus apenas para nos proteger dos raios solares. Eles não são simplesmente utilitários — eles são lindos, dizem algo sobre sua glória.
“Ele não criou os céus apenas para nos proteger dos raios solares”
O livro de Jó é ótimo nisso. Ao ler os últimos capítulos, Deus está apontando para a sua arte em todo lugar e fala com Jó sobre a sua vida usando a própria natureza. Além disso, Jesus falou sobre os lírios, os pássaros e o fermento como sendo mais do que utilitários. Então, o primeiro ponto para construir uma teologia da arte é: Deus é um artista.
Os Autores da Bíblias são artistas
Segundo, eu diria que os escritores da Bíblia são artistas. Talvez três quartos da Bíblia são trabalhados de alguma forma linguisticamente poética, marcante ou incomum. Isso obviamente evidencia algum ofício que se destina não apenas a comunicar um fato bruto, mas a produzir um certo tipo de efeito em nós espiritualmente, que é o que os artistas querem fazer.
Por exemplo: Há acrósticos, paralelismos e metáforas na Bíblia. Esses escritores claramente demonstram cuidado artístico na forma como constroem suas sentenças. Detalhe: fazem tudo isso inspirados por Deus.
“Cristãos têm fundamentos mais profundos e melhores para a arte do que qualquer outro.”
Beleza na Vida cotidiana
Mais uma coisa. Paulo diz, ecoando Jesus: “Portanto, se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). Isso significa pensar em tudo que você faz de forma a abrir os olhos para ver a beleza — Principalmente a glória de Deus. Ou seja, há uma maneira de comer pizza, beber refrigerante, lavar a roupa, arrumar a cama, fazer comida, escrever relatórios e dirigir seu carro que não é meramente um “Eu tenho que chegar a algum lugar” e um “tenho que fazer algo”, mas “Minha intenção é fazer isso visando além do utilitário”.
Jesus também disse: “brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus(Mateus 5:16)”. Ali, vemos que devemos fazer com que nossos corpos e vida tenham uma espécie de brilho, de forma que as pessoas vejam uma certa intencionalidade artística que as aponte para além do mero corpo.
Assim, Deus é o criador, certo? E temos a mente do criador. Já falamos sobre isso outra vez , mas fazendo referência à vocação. Portanto. Parece-me que os cristãos têm fundamentos mais profundos e melhores para a arte séria do que qualquer outro.
Créditos
Tradução: Tayllon Carvalho
Publicado em Inglês no site Desiring God. Traduzido e publicado com autorização.
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