
22 de janeiro é o 40º aniversário da decisão Roe v. Wade da Suprema Corte. Porque você se sente pressionado a se envolver em manifestações anti-aborto e qual foi sua experiência com prisões e detenções? Além disso, como devemos pensar na desobediência civil e na defesa do nascituro?
No final dos anos 80 e início dos anos 90, eu fiquei profundamente comovido com o movimento de resgate que se originou em Atlanta. Noel e eu assistimos de um monitor de televisão da Pizza Hut enquanto pessoas que não estavam fazendo nada além de sentar em frente a uma clínica de aborto foram apanhadas pela polícia, colocadas em ônibus e tiradas dalí. Enquanto observava isso acontecer, disse a Noel: “Isso está certo”. Isso veio sobre mim com uma grande convicção e, à medida que crescia, nos tornamos uma parte importante do movimento de resgate na Twin Cities
Levantávamos cedo, entrávamos em ônibus e sentávamos em frente a uma clínica de aborto para que ninguém pudesse entrar ou abrir a porta sem pisar em nós. Eventualmente, éramos acusados de invasão de propriedade e eles nos diziam para sair. Não saíamos, porque acreditávamos que estávamos lá tentando livrar crianças de serem abortadas. Então a polícia vinha nos prender, nos dizia para não fazer mais isso e nos deixava ir. Isso aconteceu talvez meia dúzia de vezes, e em uma dessas vezes fomos sentenciados a uma ou duas noites de prisão.
Liberte os que estão sendo levados para a morte
Um membro da igreja chamado Rod passou a noite na cela ao meu lado e, enquanto conversávamos, ele disse: “Sabe, existem outros métodos que poderíamos usar”. E assim nasceu em seu coração a fundação Miquéias. A fundação Miquéias ainda existe para ajudar pessoas a adotar bebês de minorias que foram resgatadas do aborto.
O princípio por trás disso foi Provérbios 24:11-12, que diz: “Liberte os que estão sendolevados para a mortee salve os que cambaleiamao ser levados para a matança”. Você poderá dizer:“Não sabíamos de nada!”Mas será que aqueleque pesa os coraçõesnão o perceberá?” Esse foi um texto poderoso para mim. Essas crianças estão sendo levadas para o abate e, se houver poder para resistir, devemos usá-lo.
O Movimento Pró-Vida e a Desobediência Civil
No que diz respeito à desobediência civil, a submissão ao estado é correta, de acordo com Romanos 13:1-4. Tento manter o limite de velocidade. Dirijo do lado direito da estrada. Pago meus impostos. Corto minha grama. Não atiro em esquilos dentro dos limites da cidade. Eu obedeço a 100 leis e penso que devo me submeter a elas.
No entanto, submeter-se à lei de Deus tem precedência sobre isso. Em Atos 5:29, os apóstolos disseram: “É mais importante obedecer a Deus do que aos homens”. À luz desse texto, pensei que nessa situação, neste momento, o método de movimento de resgate estava certo. Pensei nas parteiras que estavam salvando bebês ao quebrarem a lei do Faraó, e em Ester, que disse: “Irei ao rei, embora seja contra a lei, e se eu perecer, pereço” (Ester 4:16). E ela salvou seu povo. Para mim, isso pareceu um paralelo para ir contra as leis ordinárias do rei.
Um último princípio é que nossas próprias leis estão sendo minadas. Os princípios da Constituição e da Declaração de Independência são “Vida, liberdade e busca da felicidade” para todo o nosso povo. As leis que protegem os abortistas para matar crianças são leis que são contraditas por outras leis. Nosso país já deu autorização para aqueles que diriam: “Não, você não pode fazer isso”.
Penso que o movimento de resgate foi uma boa estratégia que fez um impacto significativo, e não me arrependo de estar envolvido nele. A razão pela qual ele não continuou, eu acho, é em parte porque o preço ficou muito alto. As pessoas perderam seus pertences e foram processadas. Principalmente, acho que é porque nós, os cristãos, não conseguimos manter o tipo de atitude sofredora, humilde e tranquila que poderia nos conduzir a vitória como no movimento pelos direitos civis. Haviam também muitas pessoas pró-vida mal-humoradas e barulhentas que não mantinham a boca fechada quando éramos maltratados pelos policiais ou por aqueles que eram pró-aborto. Como estavam faltando o espírito em muitos, o tiro saiu pela culatra e deixou de ser uma ferramenta efetiva no resgate.
Eu não sei se Deus pode levantar outros meios como esse ao longo do caminho, mas por enquanto, eu penso que todos deveriam obedecer Provérbios 24:11 de uma forma ou de outra. Devemos resgatar aqueles que estão sendo levados para a morte e impedi-los de serem abatidos. Faça algo pelo bem da vida.
Créditos
Tradução: Tayllon Carvalho
Revisão: Kennedy Souza
Publicado em Inglês no site Desiring God. Traduzido e publicado com autorização.
PS: Caso você também deseje nos ajudar em algum dos nossos projetos (Blog, Youtube, Podcast, Editora, financeiramente, incentivando-nos), entre em contato conosco pelo DIRECT DO INSTAGRAM.
Para mais episódios dessa série, acesse: PODCAST