Esperança para Solteiros infelizes

Há uma epidemia nova e generalizada em nossa nação, e até mesmo em nossas igrejas. É chamada de vida ainda-não-casada.

Claro, sempre houveram pessoas solteiras ansiando pelo casamento, mas as estatísticas sugerem que esse grupo está crescendo a um ritmo sem precedentes na história americana. Em 1956, de acordo com o United States Census Bureau, a idade média que um homem se casava pela primeira vez era de 22,5 anos. Para mulheres, era de 20,1. Esses números subiram de forma constante durante anos, depois de forma mais dramática a partir da década de 1970. Recentemente, atingiram as idades de 29,0 para os homens e 26,6 para as mulheres.

Agora, a solteirice em si, para o cristão, não é algo necessariamente a ser lamentado. Afinal, Paulo entoa louvores à solteirice quando lista os benefícios espirituais de não ter cônjuge em 1 Coríntios 7. A vida de solteiro pode ser (relativamente) livre de ansiedades ligadas ao relacionamento (1 Coríntios 7:32), distrações terrenas (1 Coríntios 7:33) e totalmente aberta para adoração, devoção e ministério (1 Coríntios 7:35). Se temos um dom, Paulo diz literalmente para pular a cerimônia e desfrutar de “sua devoção plena ao Senhor”.

Portanto, esse grupo demográfico relativamente novo de homens e mulheres ainda-não-casados, na faixa dos vinte e poucos anos tem o potencial real de ser um veículo poderoso para a adoração a Deus e a propagação de seu evangelho. Esse potencial significa que não precisamos necessariamente soar um alarme à medida que nossos jovens se casam cada vez mais tarde. Sem dúvida, dentro dessa tendência haverá confortos a enfrentar, imaturidades para administrar e até mesmo males para combater. Mas, em última análise, pode ser meramente o meio de Deus possibilitar uma geração a experimentar uma devoção a Cristo cada vez mais profunda no mundo quebrado em que vivemos.

Serei solteiro para sempre?

A esperança para um grupo demográfico recém mobilizado de não casados é real, e a solteirice pode e deve ser verdadeiramente celebrada quando Deus a usa para trazer alegria, vida e louvor ao seu nome. Mas uma das implicações dessas estatísticas recentes é que um crescente número de pessoas na igreja desejam o casamento – até mesmo se sentem chamadas para o casamento – mas, ainda assim, tem que esperar mais para experimentá-lo. Como cristãos, cremos que a vasta maioria das pessoas são programadas por Deus para receber e expressar amor no contexto de uma aliança, então não é surpresa que esse fenômeno crescente seja difícil para muitos de nossos rapazes e moças.

“Em Jesus, ninguém está sozinho, nem um sequer”.

Talvez haja um consumismo crescendo no namoro e casamento, onde as pessoas são mais exigentes porque há mais opções (especialmente através das novas mídias, com namoro online). Talvez seja um prolongamento da adolescência, em que cada vez menos jovens de vinte e poucos anos sentem a necessidade de crescer e assumir a responsabilidade de iniciar uma família, ter um lar, entre outros. Talvez o sucesso das mulheres no mercado de trabalho, criando mais oportunidades vocacionais para as meninas possam ser um retardo para a busca por um parceiro e família. Quaisquer que sejam as raízes, é uma realidade. Se há pessoas solteiras na sua igreja, muito provavelmente você tem pessoas solteiras infelizes naquele grupo — e essa multidão não está diminuindo.

A pergunta assustadora para alguns nessa espera é: “Ficarei sozinho para sempre?” Deus realmente negaria os bons presentes do amor, casamento, intimidade e filhos para mim?

Não Há Solteiros, Nenhum Sequer

A boa notícia para os ainda-não-casados é que ninguém em Cristo está sozinho e ninguém é casado no céu.
Precisamos ancorar nossos sentimentos de solidão e desejo no evangelho. Se estamos em Cristo, não há verdadeiramente nada de sozinho em nós. Todos nós sabemos que existem intimidades que são – e devem ser – exclusivas para o casamento; mas, aquelas que mais importam para nós podem ser experimentadas na noiva de Cristo, sua igreja. Um marido ou uma esposa podem te ajudar e prover de uma maneira que outros não podem, mas um irmão ou irmã na fé verdadeiro, cheio do Espírito Santo, persistente e presente pode cuidar de você de maneiras notáveis. Em Jesus, ninguém está sozinho, nem um sequer.

Jesus também deixa bem claro que ninguém permanece casado ou se casa na era vindoura (Mateus 22:30; Marcos 12:25; Lucas 20:34–36). Os casamentos que conhecemos nesta vida não têm sentido no paraíso vindouro. No lugar mais feliz da história, não haverá casamentos, nem matrimônio, nem sexo. É uma maneira surpreendente de Deus fazer tudo se desenrolar.

Se o casamento entre um homem e uma mulher é um relacionamento e uma imagem tão bonita, fundamental e necessária para tantos nesta vida, por que ele seria deixado de fora da eternidade? É porque o seu propósito e significado só são necessários aqui e agora. Quando a nova criação for consumada, o objetivo para a qual o casamento apontava será cumprido. À luz desse destino, o casamento agora é uma experiência temporária destinada a vislumbrar um relacionamento e uma realidade muito maiores que virão, quando estaremos com Cristo em sua presença.

“No lugar mais feliz da história, não haverá casamentos, nem matrimônio, nem sexo.”

Se nos casarmos nesta vida, será por um breve momento, e não nos arrependeremos dessa brevidade daqui a dez mil anos. Realmente não iremos. Ninguém dirá: “Eu realmente gostaria de ter sido casado” — e muito menos: “Eu realmente gostaria de ter sido casado por mais cinco ou dez anos na terra.” Isso soaria um absurdo quando esses anos parecem segundos comparado com todo o tempo glorioso e completamente feliz que teremos quando nossos casamentos terminarem na morte.

Precisamos pensar nisso quando avaliamos o quão grande é o nosso desespero para sermos maridos ou esposas agora. Precisamos pensar se fizemos do casamento um requisito para uma vida feliz e significativa. Estou insatisfeito e infeliz com a perspectiva de nunca me casar? Eu me vejo como um crente incompleto ou insignificante por ser solteiro? Essas perguntas podem revelar alertas graves mostrando que o casamento se tornou um ídolo.

Em última análise, todos seremos solteiros para sempre, e será gloriosamente bom. Estaremos todos finalmente casados para sempre, unidos ao nosso Salvador e Primeiro Amor. Então, saberemos muito bem que os casamentos aqui na terra eram realmente pequenos e curtos comparados com tudo o que temos em Cristo.

Créditos

Tradução: Tayllon Carvalho

Revisão: Kennedy Souza

Publicado em Inglês no site Desiring God. Traduzido e publicado com autorização da mesma.

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Para mais artigos do autor, acesse: Marshall Segal