
Os Maiores Obstáculos da Geração Z Podem Ser Suas Maiores Oportunidades para o Evangelho
A essa altura, você já tem visto as manchetes: A geração Z é a menos religiosa da América. Cada estudo que surge tem mostrado que isso é verdade. Entretanto, a maioria não rejeita a religião de imediato. Eles simplesmente não pensam sobre isso.
Com o surgimento dos “nones” (sem membresia religiosa) e o fenômeno de desigrejados nos EUA (a maior e mais rápida mudança religiosa em nossa história), a indiferença da Gen Z em relação à religião não nos surpreende. Mas também não deve nos desencorajar. Isso deveria nos motivar.
Talvez você tenha ouvido falar que a Gen Z é “espiritual, mas não religiosa”. Alguns acham isso preocupante, mas vemos isso como uma oportunidade. Isso significa que a Geração Z é espiritualmente aberta. Eles estão famintos por mais do que nossa cultura está oferecendo, e isso tem crescentemente criado uma oportunidade de renovação.
O crescimento do amor da Gen Z por Jesus não está isento de desafios. A crescente maioria é analfabeta biblicamente, ansiosa, nativa digital e desinteressada na igreja. Devemos entender esses obstáculos, mas também é crucial que a vejamos como oportunidades para crescimento, transformação e graça.
4 Obstáculos e 4 Oportunidades
Acreditamos que alguns dos maiores “obstáculos” à fé da Geração Z em Jesus podem ser justamente o meio pelo qual Deus atrai essa geração para si mesmo. Aqui estão quatro exemplos.
Obstáculo #1: A Geração Z não conhece a Bíblia.
De acordo com um estudo de 2018, apenas 4% desta geração têm uma cosmovisão bíblica. Isso significa que os jovens Z não têm respostas precisas para as perguntas sobre quem Deus é, quem eles são, qual o seu lugar ao mundo e qual seu propósito de vida.
Mas essas são perguntas que todos estão fazendo. O que significa que eles vão procurar respostas em algum lugar. E, onde será isso?
Apesar da baixa alfabetização bíblica da Geração Z, há boas notícias: 44% dizem que são extremamente curiosos sobre a Bíblia e/ou Jesus. Portanto, em uma era onde a “verdade é relativa” prevalece, temos uma oportunidade incrível de guiá-los não à ‘sua verdade’, mas à Verdade (João 14:6).
Mas como?
A igreja deve ensinar a história — toda a história. Os jovens Z são curiosos e reflexivos. Eles querem respostas para suas perguntas. É tentador evitar questões difíceis, mas isso é um erro. Contornar questões difíceis não fará Jesus mais palatável. Fará com que Ele pareça menos relevante para os problemas que eles estão enfrentando.
Contornar questões difíceis não fará Jesus mais palatável. Fará com que Ele pareça menos relevante para os problemas que eles estão enfrentando.
Se queremos que os jovens Z saibam a verdade, devemos estar dispostos a ensiná-los tudo. Fazer isso significará que teremos muitas conversas difíceis. Exigirá sabedoria, paciência e graça enquanto navegamos por suas dúvidas e medos. Precisaremos ser honestos sobre o custo de seguir Jesus – e ousaremos discutir o custo de não seguir Jesus.
Eles querem a verdade. Vamos ajudá-los a encontrá-la?
Obstáculo #2: A Geração Z é socialmente ansiosa.
Apesar de sermos tentados a acreditar nos reels e filtros em alta, nem tudo está bem. A saúde mental debilitada está alcançando níveis epidêmicos entre a Gen Z. Um estudo recente revelou que 42% foram diagnosticados com problemas de saúde mental. Desse grupo, 9 em cada 10 lutam contra a ansiedade e 57% estão tomando medicamentos para tal condição.
Há 15 anos, essa não seria uma conversa que nosso ministério de jovens estaria tendo. Mas, quanto mais nos sentamos em frente a estudantes ansiosos, mais percebemos quão predominante é isso e o quão confuso é para eles navegarem. Muitos estudantes universitários acham que a resposta da Bíblia para sua ansiedade é simplesmente: “Não fique ansioso!”, mas eles não conseguem, e então sentem vergonha, o que os leva a se esconderem ou enfrentarem isso de maneiras prejudiciais.
A pior coisa que podemos fazer com a ansiedade dos jovens Z é ignorá-la ou minimizá-la. Não sabemos todas as razões pelas quais eles estão se sentindo assim. Talvez nem eles saibam. Muito provavelmente não, é complicado.
Mas, novamente, o que alguns consideram um obstáculo intransponível, nós vemos como uma oportunidade — ter empatia, ouvir bem, ser paciente e criar uma presença saudável e não ansiosa na vida deles. Mais importante ainda, sua ansiedade é uma oportunidade para levá-los aos braços do Senhor. Isso é o que Ele quer. Ele não despreza a ansiedade deles. Ele os convida a trazê-la a Ele porque Ele cuida profundamente deles (1 Pedro 5:7).
A Geração Z está procurando a paz que só Jesus pode dar.
Obstáculo #3: A Geração Z vive online.
Não se enganem: A Geração Z está sendo formada. Em meio às mídias sociais, TV, video games e o ciclo de notícias 24h, eles estão sendo moldados. A questão não é se eles estão sendo moldados, mas pelo que — e como esse tipo de discipulado está os formando.
Em um estudo recente, 73% da Gen Z relataram se sentirem sozinhos durante todo ou a parte do tempo. A era digital nos tornou mais conectados do que nunca. E, ainda assim, a Geração Z é a mais solitária de todos os tempos. Em um mundo de reels altamente editados, curtidas e legendas inteligentes, essa geração anseia por uma profundidade que só pode ser encontrada em relacionamentos genuínos.
“Em um mundo de reels altamente editados, curtidas e legendas inteligentes, essa geração anseia por uma profundidade que só pode ser encontrada em relacionamentos genuínos.
Tim Keller tocou nessa necessidade humana fundamental quando disse: “Ser amado, mas não conhecido, é reconfortante, mas superficial”.
A Geração Z precisa de espaços físicos para ser conhecida e amada – para experimentar o evangelho. Em nossas igrejas, temos espaços para os jovens Z praticarem o tipo de profundidade e transparência que anseiam profundamente? Eles são convidados a participar e servir no culto semanal, pequenos grupos, estudos bíblicos e discipulados? Há oportunidade para os jovens virem, se conectarem e convidarem outras pessoas?
No mais longo estudo longitudinal aprofundado sobre a vida humana já realizado, os pesquisadores descobriram que relacionamentos profundos e alimentados são a chave para uma boa vida. Uma vida profundamente relacional é caótica, mas a Geração Z está ávida por isso. Nossas igrejas são lugares onde a Geração Z pode encontrar uma comunidade mais significativa do que as que encontram online?
Obstáculo #4: A Geração Z acha que a igreja ‘não é importante’.
Em um estudo de 2018, mais da metade da Geração Z disse que a igreja não é tão importante. Quando perguntaram a esse grupo o porquê, quase 60% dos não cristãos disseram: “A igreja não é relevante para mim”. Quase a mesma porcentagem de cristãos – sim, cristãos – disseram: “Eu encontro Deus em outro lugar”. Isso é um problema sério. Talvez o maior de todos.
Mas aqui está algo a considerar: se queremos que a Geração Z pense que a igreja é importante, então temos que perguntar às nossas igrejas: “A Geração Z é importante para nós?”
Quando estudantes universitários entram em nossas igrejas, eles se sentem vistos, esperados e bem recebidos? Os jovens adultos têm lugares em nossos ministérios onde podem aprender e crescer ao lado de outras pessoas no mesmo estágio de vida? Eles são abraçados nos bancos e no púlpito? Eles têm um sentimento de pertencimento?
Não é segredo que a Geração Z está procurando lugares para encontrar sua identidade, propósito e pertencimento. Mas o que um estúdio de ciclismo, um bar local ou uma comunidade online oferecem a eles que nossas igrejas não oferecem? É aqui onde temos uma oportunidade. E a boa notícia é que não precisamos reinventar a roda.
O movimento de Jesus sempre foi contagioso por causa de sua hospitalidade radical, amor contracultural e serviço sacrificial auxiliado pelo poder transformador do Espírito Santo. Cremos que a Gen Z será atraída de volta à igreja por ele.
Estamos esperançosos por essa nova geração. Eles são espiritualmente abertos, curiosos, famintos por uma conexão profunda e anseiam por um sentimento de pertencimento que acreditamos que somente Jesus pode encontrar. Formar a próxima geração exigirá não apenas que toda a igreja veja além desses obstáculos, mas se conectar com esses jovens para levar o poder transformador da graça de Deus em suas vidas.
Créditos
Autor: Kyle Richter e Emilee McEnery
Tradução: Tayllon Carvalho
Revisão: Kennedy Souza
Publicado em Inglês no site The Gospel Coalition. Traduzido e publicado com autorização.
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