
Um dos grandes pontos que os puritanos viram nas Escrituras é a conexão entre felicidade e santidade. Para eles, ser perfeitamente santo seria ser perfeitamente feliz. Pastor John, como articularia esta ligação entre felicidade e santidade?
Minha abordagem será um pouco diferente, porque quanto mais penso sobre o hedonismo cristão, mais cuidadoso sou em formular essa conexão. A felicidade faz parte da santidade. Então, se você tentasse descrever o que significa ser uma pessoa santa e deixasse de fora a felicidade em Deus, você não conseguiria. Não existe santidade sem alegria em Deus. A alegria em Deus é a essência da santidade.
“Tente explicar a santidade sem felicidade, e você falhará. A essência da santidade é a alegria em Deus”.
A santidade de Deus é o fato de que Ele é supremamente valioso. Essa é a Sua santidade. Deus se deleita infinitamente em seu infinito deleite porque, caso contrário, ele seria um mentiroso. Ele seria injusto1. Assim, sua santidade é ser um deleite infinito e se deleitar infinitamente nas suas próprias delícias.
Nossa santidade é provar e ver Deus como infinitamente valioso, precioso e digno de confiança, deleite, admiração e louvor. Confiamos nele. Nós o valorizamos. Nós o recebemos. Nos deleitamos n’Ele. Somos satisfeitos nisso, e agimos de acordo com nossa estima por Jesus acima de todas as coisas. Então, uma vez que você estabelece as coisas assim, tudo flui a partir disso.
A Espiral Ascendente da Santa Felicidade
A felicidade é como uma espiral na vida cristã. Mateus 5:8 diz: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus“. Assim, ao contemplar o Senhor, a alegria imunda sua alma. Essa visão permite que você faça o que Deus diz que devemos fazer, como amar seu inimigo. Quando você ama seu inimigo, isso volta (como uma espiral ascendente) e faz você feliz.
“A guerra essencial da santidade é a lutar para ser satisfeito em Deus.”
Além disso, há uma felicidade de consciência que vem quando você faz o que a sua consciência não condena. Isso é visto em Romanos 14:22, quando Paulo diz: “Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova“. Quando você deita a cabeça à noite tendo agido de maneiras que a sua satisfação em Deus lhe permitiu fazer, há outro nível de felicidade que vem. Então, esse tipo de espiral ascendente de felicidade aumenta sua alegria em Deus, e isso o liberta para fazer mais atos de amor, que, assim, te fazem ainda mais feliz.
Quando dizemos que Deus é mais glorificado em você quando você é mais satisfeito n’Ele, estamos dizendo, portanto, que a guerra primordial pela santidade é uma luta para ser satisfeito em Deus. A principal batalha é provar e vê-lo como Belo. A maneira fundamental de cortar a raiz da pornografia, do roubo ou do desejo de aplausos é buscar o poder de uma satisfação superior — A satisfação em Deus.
- N. T.: A implicação implícita aqui seria que: Se Deus é plenamente satisfatório, ou seja, satisfaz completamente, Ele seria mentiroso caso se satisfizesse em outro local que não Ele mesmo, pois denotaria que a satisfação em si mesmo não foi suficiente. E seria injusto porque ordenaria a outras pessoas que se satisfizessem apenas n’Ele enquanto Ele próprio não o faria. ↩︎
Créditos
Tradução: Tayllon Carvalho
Publicado em Inglês no site Desiring God. Traduzido e publicado com autorização.
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